domingo, 23 de dezembro de 2012

A ÁRVORE GENEALÓGICA DE JESUS CRISTO NA BÍBLIA - ÁRVORE DE JESSÉ E A VIRGEM IMACULADA



A Árvore de Jessé é uma representação da árvore genealógica de Jesus a partir de Jessé, pai do rei David.





 
 
Árvore de Jessé
O nome de Jessé é citado no Antigo Testamento da Bíblia, em particular em Isaías 11:1-3: 

«Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.»


A Árvore de Jessé é um motivo frequente na arte cristã entre os séculos XII e XV, em manuscritos, pinturas, vitrais, talha decorada e esculturas em madeira e em pedra.

A mais antiga representação conhecida data de 1086 e aparece no Codex Vyssegradensis.

Jessé surge reclinado ou adormecido, com uma árvore a crescer do seu corpo, onde os antepassados de Jesus de acordo com a Bíblia são desenhados nos galhos da árvore, juntamente com os profetas e o próprio Jesus no topo.

Nem todas as ilustrações incluem o mesmo número de pessoas.

 No ofício de Nossa Senhora lia-se a genealogia do Evangelho de São Mateus (1, 1-17). Tal como S. Lucas (3, 23-28), ele coloca São José, esposo de Maria, como descendente dos reis de Judá, através de David, cujo pai era Jessé. Isaías (11, 1) tinha profetizado que do tronco de Jessé haveria de nascer uma vara, uma flor brotaria desta raiz.

As representações artísticas desta árvore, que surgem pelos séculos XI-XII, tinham, inicialmente, Cristo no cimo.





 







 Porém, a partir do século XIII, a Virgem com o Menino nos braços dominou. 


Trata-se de uma parentela espiritual da árvore da vida. 


A árvore de Jessé ilustra a passagem da geração carnal (Jessé) à geração espiritual (Virgem e Cristo).

Maria surge como última representante da antiga aliança, a que precede o cume da salvação, Jesus Cristo. 

Para Cristo aparecer, alguém devia dar-lhe entrada no mundo. Deus Pai, ao confiar a Jesus uma missão, também entrega a Maria um papel nos seus planos. 

Se de uma ascendência, com carga de pecado e crime, floresce uma virgem sem mancha, não pode ser senão devido à vontade soberana, livre e eterna de Deus. A árvore tem, ao longo dos ramos, personagens manchados pela idolatria e perjúrio. 

Se no cimo aparece uma Imaculada, é, portanto, dom gratuito do amor de Deus. Há uma ascendência que sublinha o contraste entre a flor e a árvore.

Uma prova de que foi o culto da Imaculada a impulsionar esta devoção e permanência, é a confraria de Nossa Senhora da Conceição, da Igreja de São Francisco do Porto, que levantou a mais formosa e monumental das árvores de Jessé, uma obra do primeiro quartel do século XVII, dos artistas Filipe da Silva e António Gomes. (AZEREDO, Carlos A. Moreira - Vigor da Imaculada. Visões de Arte e Piedade. Porto: Paróquia Senhora da Conceição, 1998)









 File:Porto - Igreja de São Francisco - Árvore de Jessé.jpg


 Árvore de Jessé da Igreja de S. Francisco do Porto.








 




Um estudo de Flávio Gonçalves sobre a árvore de Jessé dá-nos a evolução do tema e a influência do culto da Imaculada nalgumas das obras. 
















 


ALGUMAS FONTES:


O referido artigo, intitulado "A árvore de Jessé na arte portuguesa", pode ser consultado em http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2047.pdf.


 
 http://doublemgroup.com/doublem/porto-e-suas-igrejas/


 

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