segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O LOUVOR AOS SANTOS É BÍBLICO, POIS AOS RETOS CONVÉM O LOUVOR SL 33,1





  • Quando falamos em "louvar aos Santos" (Sl 33,1) isso significa "elogiar aos Santos", pois os Santos são cultuados em veneração (I Sam 25,23; I Re 18,7; Num 22,31) e não em adoração, culto prestado só a Deus (Jo 4,24; 9,38).



    Todo louvor mesmo feito a um Santo ( I Cor 11,2.17) se dirige a Deus quem o fez, pois vendo e recordando  suas boas obras glorificamos ao Pai do céu, como diz Jesus:






    Assim também: que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu." (São Mateus 5, 16)




    Na verdade, não louvamos ao Santo em si, mas sim a Deus, fonte de toda santidade (I Cor 8,6), pois "O louvor, a honra, a glória e o poder pertencem àquele que está sentado no trono - e ao Cordeiro - pelos séculos dos séculos" (Apocalipse 5, 13) e devemos oferecer "continuamente, por meio de Jesus, um sacrifício de louvor a Deus, isto é, o fruto de lábios que confessam o seu nome" (Hebreus 13, 15).


    Ao recordarmos seus Santos glorificamos a Deus, oferecendo por meio de Jesus, por quem somos santos, um sacrifício de louvor  (Heb 13,15) como nos diz o Catecismo (n. 1195):


    "Celebrando a memória dos santos, primeiramente da Santa Mãe de Deus, em seguida dos apóstolos, dos mártires e dos outros santos, em dias fixos do ano litúrgico, a Igreja manifesta que está unida à Liturgia Celeste; glorifica a Cristo por ter realizado sua salvação em seus membros glorificados. O exemplo delas e deles a estimula em seu caminho para o Pai."


    No culto oficial da Igreja que é a Missa, não existe louvores a nenhum Santo, pede-se apenas a intercessão deles e nosso hino de louvor é direcionado apenas à Santíssima Trindade de um só Deus e afirma:


    Hino de Louvor do Ritual Romano: 

    Glória a Deus nas Alturas , e paz na Terra aos homens por ele amados. Senhor Deus , rei dos céus , Deus Pai Todo-Poderoso. Nós vos louvamos , nós vos bendizemos , nós vos adoramos , nós vos glorificamos , nós vos damos graças por vossa imensa glória. Senhor Jesus Cristo , Filho unigênito. Senhor Deus , Cordeiro de Deus , Filho de Deus Pai . Vós que tirais o pecado do mundo , tende piedade de nós . Vós que tirais o pecado do mundo , acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai , tende piedade de nós . Só vós sois o Santo . Só vós o Senhor . Só Vós o Altíssimo , Jesus Cristo . Com o Espírito Santo , na glória de Deus Pai .
    Amém




    O que vemos e rezamos todos os dias no ritual da Missa é que todo o louvor é feito ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

    O louvor feito ao Santo, é um elogio, bendizer seus feitos, fazer sua memória (Heb 13,7; I Ped 2,14; Eclo 39,9-11), porém ao fazermos isso bendizemos a Deus, fonte de toda graça e todo o bem, origem da santidade e de todas as boas obras daquela pessoa sagrada.

    O louvor aos Santos é uma expressão popular de reconhecer suas boas obras, como nos dizia São Paulo ao louvar os cristãos (os santos (pelo batismo)) de Corinto:


    "E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entregei."


    1 Coríntios 11,2


    "Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior."


    1 Coríntios 11,17






    A Igreja Católica afirma que "o louvor  é a forma de oração que reconhece o mais imediatamente possível que Deus é Deus! 



    Canta-o pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória, mais do que pelo que Ele faz, por aquilo que Ele É. 




    (...) O louvor integra as outras formas de oração e as levar Àquele que é sua fonte e termo final: "O único Deus, o Pai, de quem tudo procede e para quem nós somos feitos" (1 Cor 8,6)." (Catecismo da Igreja Católica)





    Assim, todo louvor nosso é direcionado a Deus, mesmo quando elogiamos (louvamos) seus Santos, pois "Grande é Javé! Ele merece todo o louvor. É incalculável a sua grandeza. (Salmos 145, 3)"













     SE O LOUVOR É PRESTADO SÓ A DEUS, COMO DIZEMOS QUE PODEMOS LOUVAR OS SANTOS?




    Louvar também significa elogiar (I Cor 11, 2.17; Fil 4,8; I Ped 2,14; Cânt 6,9), e ao elogiar, bendizer alguém reconhecendo as boas obras dos Santos (Apo 14,13) glorificamos ao Pai sem o qual ninguém pode ser Santo.

    Louvar na Bíblia, como vimos acima, não se restringe apenas a um ato de adoração direto a Deus, também pode significar um elogio que fazemos a algo ou alguém, como nos diz São Paulo sobre as boas obras dignas de louvor:




    "Finalmente, irmãos, ocupem-se com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honroso, virtuoso, ou que de algum modo mereça louvor." (Filipenses 4, 8)





    O louvor aos Santos se restringe ao seu culto de veneração, que significa fazer memória, respeitar, honrar, elogiar, ter como referência e modelo de santidade ( Heb 13,7;  Fil 3,17;  I Sam 25,23; I Re 18,7; Num 22,31).

    A escritura sagrada nos diz que os Santos são dignos de louvor pelo bem que fazem (I Ped 2,14), pois suas obras os acompanham (Apo 14, 13):







    "Exultem em Javé, ó justos! Aos retos convém o louvor." (Salmos 33, 1)


    "Os povos proclamarão a sabedoria deles, e a assembléia celebrará o seu louvor." (Eclesiástico 44, 15)



    "...seja aos governadores como enviados dele para punir os malfeitores e para louvar os que fazem o bem. "
    (I São Pedro 2, 14)

    "uma só é a minha pomba sem defeito, uma só a preferida pela mãe que a gerou. Vendo, as jovens a felicitam, e rainhas e concubinas a louvam:" (Cântico dos Cânticos 6, 9)




    "Cantem o sucesso do trabalho dela, e que suas obras a louvem na praça da cidade." (Provérbios 31, 31)


    "Muitos elogiarão a sua inteligência, e ele nunca será esquecido. Não desaparecerá a sua recordação, e a sua fama viverá de geração em geração.
    Os povos falarão da sua sabedoria e a assembléia proclamará os seus louvores.


    Se viver por muito tempo, deixará um nome mais famoso que mil outros, e quando morrer, isso lhe bastará." 
    (Eclesiástico 39, 9-11)

Muitos ateus, hereges, infiéis, ou ignorantes, se perguntam porque recordamos "pessoas mortas" (segundo eles). 

E a resposta é simples: enquanto estamos vivos podemos pecar e ainda não podemos nos considerar justificados, salvos, santos puros ( I Cor 4,4) muita coisa pode ficar escondida, muitos pecados podemos cometer, mas quando morremos é que tudo fica às claras como diz a Bíblia, e aí sim podemos saber se tal pessoa realmente viveu em santidade:





"Os pecados dos homens às vezes são conhecidos já antes de levados a juízo; outras vezes o serão depois.
 Da mesma forma, as boas obras: ou já são manifestas ou não poderão permanecer ocultas."

(I Tim 5, 24-25)




"Por isso, não julguem nada antes do tempo; esperem que 
chegue o Senhor. Ele porá às claras tudo o que se esconde nas 
trevas, e manifestará as intenções dos corações. Então, cada um vai receber de Deus o louvor que lhe corresponde. "
(I Coríntios 4, 5)


É pelo poder recebido de Cristo de ligar e desligar (Mat 16,18-19; 18,17-18) que a Igreja, após investigar toda a vida do candidato a santo, proclama ou canoniza tal servo de Deus como exemplo de santidade.

COMO SE LOUVA OU AGRADECE À INTERCESSÃO DE UM SANTO?

No livro dos Reis (5,1-19) lemos sobre um homem chamado Naamã que era leproso e fica curado pela intercessão do Profeta Eliseu.  Ao tentar agradecer por sua cura ao Profeta Eliseu oferecendo-lhe um presente, a única forma de agradecimento aceita por Eliseu foi o compromisso de que ele só ofereceria holocaustos e sacrifícios ao Senhor Deus de Israel ( II Re 5,17).

Do mesmo modo, os Santos não querem nada de nós além de nosso agradecimento a Deus em sua Santa Missa. A Missa é o sacrifício de Jesus (I Cor 10,16) feito uma só vez (Heb 7,27) , mas renovado e eternizado em nossos altares ( Luc 22,19; Heb 7, 24-25); que oferecemos ao Pai Eterno. 

As velas simbolizam nossas orações que se elevam e estão sempre presentes diante de Deus e é uma forma de demonstrarmos nossas orações de agradecimento também (Lev 24,1-4; Apo 1,12-13), assim como todas as práticas de caridade, boas obras e esmolas.

A Missa unidas às práticas de caridade e penitência estão em primeiro lugar no modo de agradecermos a Deus e à intercessão de seus Santos pelas graças recebidas.




OS SANTOS NÃO PRECISAM DE NOSSOS LOUVORES:


Dos Sermões de São Bernardo Abade:


Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? 
Que lhes importam as honras terrenas, a eles que, segundo a promessa do Filho, o mesmo Pai celeste glorifica? 
De que lhes servem nossos elogios? 
Os santos não precisam de nossas homenagens, nem lhes vale nossa devoção. 
Se veneramos os santos, sem dúvida nenhuma, o interesse é totalmente nosso, e não deles. 
Eu por mim, confesso, ao recordar-me deles, sinto acender-se um desejo veemente.
Em primeiro lugar, o desejo que sua lembrança mais estimula e incita é o de gozarmos de sua tão amável companhia e de merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem-aventurados, de unir-nos ao grupo dos patriarcas, às fileiras dos profetas, ao senado dos apóstolos, ao numeroso exército de mártires, ao grêmio dos confessores, ao coro das virgens, de associar-nos, enfim, à comunhão de todos os santos e com todos nos alegrarmos. 

A assembléia dos primogênitos aguarda-nos e nós parecemos indiferentes! Os santos desejam-nos e não fazemos o devido caso, os justos esperam-nos e esquivamo-nos.

Animemo-nos, enfim. Ressuscitemos com Cristo. Busquemos as realidades celestes. Tenhamos gosto pelas coisas do alto. Desejemos aqueles que nos desejam. 

Seja-nos um incentivo não só a companhia dos santos, mas também a sua felicidade. 
Cobicemos com fervoroso empenho também a glória daqueles cuja presença desejamos. Não é má esta ambição nem de nenhum modo é perigosa a paixão pela glória deles.

O segundo desejo que brota em nós pela comemoração dos santos consiste em que Cristo, nossa vida, tal como a eles, também apareça a nós e nós juntamente com ele apareçamos na glória.

 Enquanto isto não sucede, nossa cabeça não como é, mas como se fez por nós, se nos apresenta. Isto é, não coroada de glória, mas com os espinhos de nossos inúmeros pecados. É uma vergonha fazer-se de membro regalado, sob uma cabeça coroada de espinhos.

Por enquanto a púrpura não lhe é sinal de honra, mas de zombaria. Será sinal de honra quando Cristo vier e não mais se proclamará sua morte, e saberemos que nós estamos mortos com ele, e com ele escondida nossa vida. 

Aparecerá a cabeça gloriosa e com ela refulgirão os membros glorificados, quando transformar nosso corpo humilhado, configurando-o à glória da cabeça, que é ele mesmo.
Com inteira e segura ambição cobicemos esta glória. Contudo para que nos seja lícito esperá-la e aspirar a tão grande felicidade, cumpre-nos desejar com muito empenho a intercessão dos santos. 

Assim, aquilo que não podemos obter por nós mesmos, seja-nos dado por sua intercessão.
Vós, Santos do Senhor, bendizei-o para sempre!









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