domingo, 14 de dezembro de 2014

MENTIRA DA REENCARNAÇÃO, ORÍGENES, SÍNODO DE CONSTANTINOPLA









Origenes de Alexandria (†254) propôs, apenas  como hipótese, a preexistência das almas: todos os espíritos teriam sido criados desde toda a eternidade e dotados da mes­ma perfeição inicial; muitos porém, teriam abusado da sua liberdade e pecado. 

Por tal pecado Deus teria criado um mun­do material, a fim de servir de lugar de castigo e purificação. Conforme à falta cometida, cada espírito teve que tomar, em punição, um corpo mais ou menos grosseiro. 

Os que não se purificassem devidamente nesta vida, deveriam passar, depois da morte  para “um lugar de fogo”. 

Mas finalmente todos seriam reintegrados na suprema felicidade com Deus; O In­ferno não seria eterno.

Estas idéias foram propostas com reservas e a título de hipóteses (cf. Peri Archon; PG 11,224). 






Todavia os discípulos de Orígenes, chamados origenistas, eram monges do Egito, da Palestina e da Síria, que se beneficiavam dos escritos ascéticos e místicos do mes­tre, mas eram pouco versados em teologia; por conseguinte, não tinham critérios para distinguir entre as verdades de fé e as proposições hipoté­ticas de Orígenes. 

Os origenistas, portanto, nos séculos IV – VI professa­ram como artigos de fé não só a preexistência das almas e a restauração final de todos na felicidade inicial, mas também a reencarnação.

Contra­riavam assim o pensamento do próprio Orígenes, que era avesso à reen­carnação, tida por ele como “fábula inepta e ímpia” (In Rom. V. PG 14, 1015).

A tese da reencarnação, desde que começou a ser sustentada pelos origenistas, encontrou decididos oponentes entre os escritores cristãos mesmos, que a tinham como contrária à fé. 

Um dos testemunhos mais claros é o de Enéias de Gaza (†518) autor do “Diálogo sobre a imortali­dade da alma e a ressurreição em que se lê o seguinte raciocínio:

“Quando castigo o meu filho ou o meu servo, antes de lhe infligir a punição, repito-lhe várias vezes o motivo pelo qual o castigo e recomen­do-lhe que não o esqueça para que não recaia na mesma falta. Sendo assim, Deus, que estipula os supremos castigos, não haverá de escla­recer os culpados a respeito do motivo pelo qual Ele as castiga? 
Haveria de lhes subtrair a recordação de suas faltas, dando-lhes ao mesmo tempo a experimentar muito vivamente as suas penas? 
Para que serviria o castigo se não fosse acompanhado da recordação da culpa? 
Só contri­buiria para irritar o réu e levá-lo a demência. 
Uma tal vítima não teria o direito de acusar a seu juiz por ser punida sem ter consciência de haver cometido alguma falta?” 
(ed. Migne gr:, t. LXXXV, 871).








O SÍNODO DE CONSTANTINOPLA

As doutrinas dos origenistas chamaram a atenção das autoridades da Igreja.

 Em 543, o Patriarca Menas de Constantinopla redigiu e promulgou quinze anátemas contra Origenes, dos quais os quatro primeiros nos interessam diretamente:

1. “Se alguém crer na fabulosa preexistência das almas e na repudiável reabilitação das mesmas (que é geralmente associada àquela), seja anátema.

2. Se alguém disser que os espíritos racionais foram todos criados independentemente da matéria e alheios ao corpo, e que várias deles rejeitaram a visão de Deus, entregando-se a atos ilícitos, cada qual seguindo suas más inclinações, de modo que foram unidos a corpos, uns mais, outros menos perfeitos, seja anátema.

3. Se alguém disser que o sol, a lua e as estrelas pertencem ao conjunto dos seres racionais o que se tornaram a que eles hoje são por se voltarem para o mal seja anátema.

4. Se alguém disser que os seres racionais nos quais o amor a Deus se arrefeceu, se ocultaram dentro de corpos grosseiros como são os nossos, e foram em conseqüência chamados homens, ao passo que aqueles que atingiram o último grau do mal tiveram, como partilha, corpos frios e tenebrosos, tornando-se a que chamamos demônios e espí­ritos maus, seja anátema”.










O Papa Vigílio (537-555) e os demais Patriarcas deram a sua aprovação a esses artigos.

 Concluímos, pois, que a doutrina da reencarnação nunca foi professada oficialmente pela Igreja Católica (contradiz ao Credo cris­tão); todavia após Origenes (século III) foi professada por grupos particul­ares de monges Orientais, pouco iniciados em teologia; em 543 foi sole­nemente rejeitada pelas autoridades da Igreja.


 A mesma condenação ocorreu nos Concílios ecumênicos de Lião (1274) e Florença (1439), que ensinam a imediata passagem desta vida para a sorte definitiva no além (DS 857 [464] e 1306 [693]). 

O Concílio Vaticano II, por sua vez, fala do “único curso da nossa vida terrestre (Hb 9,27)”, mostrando assim opor-­se à teoria da migração das almas ( Cf. Lumen Gentium nº 48).







"os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida,
 e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados. "
João 5,28-29


. "E na minha própria carne verei meu Deus"
 (Jó 19,25-26)


























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