quinta-feira, 31 de agosto de 2017

SANTA BEATRIZ DA SILVA - PADROEIRA DOS POBRES - 01 DE SETEMBRO








Santa Beatriz da Silva (Campo Maior, 1424 – Toledo, 9 de Agosto de 1492), nascida D. Beatriz de Menezes da Silva, foi uma nobre portuguesa e santa católica.

Beatriz era a oitava filha de D. Rui Gomes da Silva, alcaide da vila fronteiriça de Campo Maior, e de D. Isabel de Menezes, Condessa de Portalegre, filha de D. Pedro de Menezes, conde de Vila Real; assim, por via materna, descendia não só dessa casa senhorial, como também das dos condes de Ourém e Barcelos, linhagens antiquíssimas que tinham no Rei D. Sancho I de Portugal o seu remoto antepassado. Era, ainda, irmã do frade franciscano Beato Amadeu da Silva.

D. Pedro de Menezes teria dado a mão da sua filha Isabel ao cavaleiro Rui Gomes da Silva, após este participar com bravura na tomada de Ceuta, tendo aí permanecido a cumprir o serviço militar. Há quem defenda, por isso, que a jovem Beatriz possa ter nascido naquela praça-forte magrebina e não no Alentejo como é dito por muitos.

Descendente de reis e neta de senhor tão influente, foi desde cedo foi preparada para a vida na Corte, tornando-se dama da infanta D. Isabel, Rainha de Castela e Leão, filha do infante D. João, o penúltimo dos filhos do Rei D. João I de Portugal, a qual era quatro anos mais nova que Beatriz.

Ao que parece, Beatriz da Silva seria uma jovem de grande beleza, conforme testemunha um relato da época: «além de vir de sangue real, era mui graciosa donzela e excedia a todas em formosura e gentileza».

Em 1447, contava a infanta D. Isabel dezanove anos, o seu tio D. Pedro, Duque de Coimbra, regente do reino, promoveu os seus esponsais com João II de Castela, que então se achava viúvo. Uma vez rainha, Isabel, ambiciosa, começou por afastar a influência do todo-poderoso condestável de Castela, D. Álvaro de Luna, e não tardou a criar intrigas na corte, algumas das quais envolvendo a jovem Beatriz, cuja beleza não passara despercebida. 

Embora fosse ama e confidente da rainha, tal não impediu que Isabel se enciumasse daquela, maquinando contra a sua própria vida.

Boatos maldosos lançavam dúvida sobre a virtude de Beatriz, pois o rei Dom João II, homem de caráter tímido e inseguro, procurava alento para governar seu reino nas conversas elevadas que com ela mantinha. Surgiram, então, na rainha Isabel, idéias fantasiosas acerca da fidelidade conjugal do seu esposo.

Tomada de profundo ódio, ela procurou de todas as formas maltratar Beatriz. Além de repreendê-la severamente em público, isolava- a do conjunto das damas nobres e patenteava- lhe desprezo por meio de palavras ásperas e cortantes. Embora a santa suportasse todas essas humilhações com exemplar humildade e redobrasse suas manifestações de amor e fidelidade para com a rainha, esta decidiu de uma vez por todas livrar-se dela.


Assim, segundo reza a lenda, teria fechado Beatriz num estreito baú, onde eventualmente a falta de oxigênio acabaria por ceifar lhe a vida. 


A nobre dama viu-se sem qualquer possibilidade de salvação. Morreria sem os Sacramentos, sem receber auxílio de ninguém, numa agonia lenta e pavorosa. Começava já a sentir falta de ar. Só os Céus poderiam ajudá-la. Confiante, dirigiu-se a Nossa Senhora:

– Ó Maria Imaculada, valei- me! – Nesse instante, mais resplandecente que o Sol, apareceu- lhe Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul, e tendo nos braços o Menino Jesus.

– Filha, não morrerás. Conservo-te a vida para realizares o que tanto tens desejado. Fundarás uma grande ordem religiosa com o título da Imaculada Conceição; suas filhas vestirão um hábito semelhante às minhas vestes e se dedicarão a servir a Deus, em união comigo.








Arrebatada por tal visão, Beatriz permaneceu três dias no cofre, cheia de consolação e alegria, sem sentir passar o tempo.




Durante três dias andou desaparecida, até que o seu tio, D. João de Menezes, que também se achava na corte, estranhando a sua ausência, teria questionado a rainha sobre o paradeiro da sobrinha, tendo esta conduzido-o ao baú onde a encarcerara, certa de encontrar já um cadáver.

Para seu grande espanto, Beatriz tinha sobrevivido – por haver invocado a Virgem Maria, tendo esta aparecido-lhe e comunicado que a salvaria, se esta fundasse uma ordem religiosa que celebrasse o mistério da Imaculada Conceição.







Beatriz acabou por perdoar à rainha, que se arrependera, e retirou-se da Corte, ingressando num mosteiro em Toledo. Aí viveu monasticamente, sem contudo tomar as ordens sacras, preparando-se a ela mesma, e a um pequeno grupo de outras monjas, para ingressar na nova ordem que planeava fundar.

Não foi fácil criar a Ordem, mas com o apoio da rainha Isabel, a Católica, filha da rainha portuguesa D. Isabel, conseguiu enfim estabelecer a Ordem da Imaculada Conceição, trajando de azul e branco (as cores de Nossa Senhora da Conceição), destinado unicamente à contemplação. 







A bula Inter Universa, que autorizava a constituição das Concepcionistas, foi expedida enfim pelo Papa Inocêncio VIII em 1489.










 Essa Ordem está caracterizada por três heranças espirituais de Santa Beatriz: o amor à Maria Imaculada, a Paixão de Jesus Cristo e a Santíssima Eucaristia.






Beatriz faleceu em Toledo três anos mais tarde a 09 de agosto de 1490 com 66 anos de idade.

 Cedo ganhou fama de santa, sendo cultuada pelo povo mesmo antes ainda de a Santa Sé a santificar.




 De facto, a Igreja Católica só a elevou aos altares já no século XX, quando o Papa Pio XI, em 28 de julho de 1926, lhe reconhece o título de beata e aprova enfim o culto que já lhe era devido, desde há muito, pelos leigos. Por fim, em 3 de outubro de 1976, o Papa Paulo VI canonizou-a, declarando-a santa.




Altar-Túmulo de Santa Beatriz da Silva



 É celebrada a sua festa litúrgica no dia 17 de agosto de cada ano, sendo particularmente reverenciada em Campo Maior, Portugal, e em Espanha, onde instituiu a sua obra e faleceu; só aí se situam mais de 90 conventos da Ordem Concepcionista, que conta com cerca de 120 casas monásticas espalhadas pela Europa e América Latina.










Oração a Santa Beatriz:  
Ó Santa Beatriz, 
Virgem singularmente amada de Maria Imaculada, 
alcançai-nos a firmeza da fé, a santidade verdadeira, o amor ao próximo, 
a pureza de vida e o espírito de oração.
Dai-nos a graça que vos pedimos (pede-se a graça) 
pelo amor que tivestes a Virgem Imaculada.

Rezar 3 Ave Marias.

Rogai por nós, Santa Beatriz, 
para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
 Amém.



Ant. Quem faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão,

minha irmã e minha mãe, diz o Senhor (T. P. Aleluia).






OREMOS:
 Senhor, que destes a Santa Beatriz da silva 
a graça de imitar fielmente
a Cristo pobre e humilde, concedei-nos também a nós,
 por intercessão desta santa, que, 
vivendo plenamente a nossa vocação, 
caminhemos para a santidade perfeita, 
à imagem de Jesus Cristo vosso Filho, 
Ele que é Deus convosco 
na unidade do Espírito Santo.
AMÉM!






GÁLATAS 6, 8:

Cada um recolherá o que tiver semeado.
 Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção;
 quem semeia no Espírito,
do Espírito colherá a vida eterna.

V. Felizes os que seguem o caminho perfeito (T. P. Aleluia)
R. E andam na lei do Senhor (T. P. Aleluia).





Votos de uma freira num convento concepcionista









ALGUMAS FONTES:
 https://santo.cancaonova.com/santo/santa-beatriz-exemplo-de-obediencia-e-assistencia-aos-pobres/

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